domingo, 14 de setembro de 2014

Desafios para o Observatório Juventudes na Contemporaneidade



Ontem era para ter sido um dia histórico. O Observatório da Juventude de Goiás foi instalado na FCS (UFG) com apoio e participação do nosso Diretor, professor Dijaci, e diversos docentes e discentes da UFG. Fruto do empenho e trabalho coletivo de pesquisadores e ativistas sociais de diferentes instituições (UFG, UEG, PUC, Institutos Federais, CAJUEIRO), este projeto tem seu início marcado pela colaboração de experientes analistas da realidade juvenil, entre eles Luis Groppo, um dos principais sociólogos da juventude do Brasil, e Hilário Dick, talvez o primeiro estudioso do tema no país.

Todavia, era para ter sido um dia histórico, mas não foi. Isto porque dois casos de mortes violentas de jovens em Goiás nos abalaram profundamente.

O primeiro foi o caso do jovem Bruno que morreu de embolia pulmonar no Hospital Hugo. O rapaz, que trabalhava de entregador, deu entrada na segunda-feira após sofrer um acidente de moto. Ele estava com a perna quebrada e tudo indica que a demora no atendimento foi o principal motivo de sua morte nesta quinta-feira. Ausência do Estado!

Um dia antes, na quarta-feira, outro caso inaceitável.  Trata-se do assassinato do jovem Antonio em Inhumas (veja manifesto do Ser-tão em www.sertao.ufg.br). O menino foi torturado e morto. Dentre os motivos apontados pela polícia, a homofobia. Mais um caso de ódio e desrespeito com o diferente. Ausência da Sociedade!

Estas duas mortes são exemplos concretos da difícil realidade em que vivemos. A falta de consciência social, de respeito e tolerância, acompanhada do profundo desmonte do Estado brasileiro nos coloca em uma situação de quase desespero. Mas não podemos nos acomodar. É preciso dar respostas.

O Observatório Juventudes na Contemporaneidade não não pode desconsiderar essa realidade e deve desde seu nascimento se posicionar firmemente em defesa dos interesses dos grupos sociais desfavorecidos. Especial atenção é dada aos jovens que são na maioria das vezes as primeiras vitimas das crises sociais e desarticulação dos serviços públicos.

O Observatório precisa ser espaço de análises profundas da realidade social do país, de Goiás, a partir do cotidiano da juventude. Chega de preconceitos da sociedade e desmonte do Estado, temos que municiar a opinião pública com análises adequadas acerca da sociedade. Assim, certamente daremos uma contribuição para as necessárias e urgentes transformações sociais.


Flávio Munhoz Sofiati


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