quinta-feira, 16 de julho de 2015

Carta ao Pe. Floris!



Querido Floris,

Hoje celebramos tua Páscoa. Páscoa que viveste na certeza “de que o Pai só quer a vida. Mesmo que não possa evitar a Cruz.” Páscoa que é sua “oferta, junto com a de Jesus, pela libertação do povo, e especialmente, pelos jovens e pela Pastoral da Juventude do Brasil e da América Latina”.

Não tive a felicidade de te conhecer pessoalmente. Mas, há muitos anos te conheço. Te conheço nas falas e histórias de Carmem e Rezende. Lori e Hilário sempre falam de ti também. Te conheço nos livros de história da PJ que dizem do seu amor e do seu serviço. Te conheço no processo de educação da fé, sonhando uma formação integral. Te conheço na vida encarnada em terras goianas. Te conheço nas belezas que ajudou a construir na Casa da Juventude. Mas, sei que nos encontramos na paixão pela juventude e pelos pobres. Na doação na Pastoral da Juventude.

Confesso que seu testamento sempre me interpelou muito. E em diversos momentos de minha vida suas palavras ecoaram. Como alguém pode seguir crendo firmemente que o Pai só quer a vida, apesar de estar com o corpo tomado pela doença? Como alguém pode viver tão fielmente o amor (Jo 13, 1) aos jovens e pobres a ponto de fazer de sua cruz e morte uma oferta? Sempre me perguntei isso. E depois de anos, descobri que uma pessoa só fará na Cruz e morte uma oferta, se a vida doada foi doação radical. Assim foi a vida de Jesus. E assim foi sua vida: doação radical, amor até o fim!
Seu nome é lembrado pela doação que viveu. É que eternidade é amor e serviço, e não poder ou controle. Mas, o melhor modo de lembrarmos seu nome será seguirmos fiéis na causa juvenil, sonhando uma formação integral.

Hoje, fala-se muito de juventude. Na Igreja e fora dela. Infelizmente, falar de juventude nem sempre é defender sua vida, acompanhá-la em processos de formação integral, gerar protagonismo, potencializar a organização, optar pelos pobres. Desafios que temos que enfrentar. Por isso, você, Gisley, Walderes, Albano, D. Mauro e outros/as amigos/as tem que nos ajudar. Há muita violência ceifando a vida da juventude. E precisamos gerar ressurreição, comprometendo-nos até o fim na causa da vida, única vontade do Pai.

Encerro essa carta pedindo para mim e para todos/as nós, a mesma graça que você pediu em seu testamento. Que minha vida, que nossas vidas sejam uma oferta, junto com a de Jesus, pelo libertação do povo, dos/as pobres e dos/as jovens.

Abraços nos amigos que aí estão. Festejem a ressurreição e nos ajudem a sermos doação e amor até o fim! Pelo Reino. Pela Juventude. Pelos/as pobres.

Abraços e beijos desse amigo,
Luis Duarte

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