sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

3 ANOS CAJUEIRO - CARMEM E DEMAIS: NA CABEÇA DA SAUDADE

Eis o presente que recebemos do nosso Mestre Hilário, segue o texto e nossa gratidão.


Já é tempo demais e resolvi.

- Como ser capaz de estar longe, não escrever, não falar, não se alegrar, não se preocupar com o CAJUEIRO e tudo que ele significa e tudo que as pessoas que estão lá significam? Se falo de Lourival, se falo de Ciron, se falo de Rezende, se falo se falo, sempre vou esquecer alguém. É que tenho medo que Carmem não esteja; receio de as pessoas não mais me conhecerem;

Carmem corre tanto...

- Hoje quero dar um chute na cabeça da saudade.

Sei que ela só vai cantar um canto novo, escrever uma linha nova, começar um poema que não vai terminar. Junto com ela, um coral enorme de Graças e Vanildes e de gente que deveria lembrar. Dias atrás me emocionei com a visita de Kelly. Nem imaginam o que foi ver aparecer aqui, no meio da tormenta, o Lourival e o Ciron.

- Admiro demais a resistência rodeada de espinhos; admiro demais a criatividade sempre capaz de pensar coisas novas, ver novas necessidades, fico bobo vendo loucos abraçando loucuras.

CAJUEIRO é um poço; um baú; uma fruta; uma bandeira. Mesmo nos dias de tempestade a bandeira não deixa de tremular. Sempre com novidade. Parece que alguém não dorme. É lançamento da loja virtual, é dia de nascimento de Deus e de todo mundo, é acordos de parceria, é curso para estes e aqueles. Coisa de doido que nem consigo acompanhar. E acho que me estou esquecendo das pesquisas, é Observatório das Juventudes, era livro, era Pós-graduação, são Cursos Virtuais, é tanta coisa... Só para recordar coisas, vejo:

1.    Programa de Assessoria: a. Intercâmbio Missão Aprender; b. Redes em Favor da Vida;

2.    Programa de Formação Integral para Protagonismo Juvenil: a.    Protagonismo Juvenil e o Desenvolvimento Sócio Econômico Sustentável; b.    Políticas Públicas – Controle Social; c.     Mística do Bem Viver; d.    Na Trilha da Comunicação - Jovem Comunica; e.    Educação Popular; f.  Caminho de Esperança; g.   Na Trilha

3.Programa de Pesquisa, Estudo e Sistematização: a. Pesquisa sobre a Condição Juvenil; b.    Grupos de Estudos; c.    Observatório Juventudes na Contemporaneidade; d. Publicações;

4.    Programa de Sustentabilidade:  a.   Gestão Administrativa e Financeira; b.  Gestão de Pessoas; c.  Comunicação.

Tudo parece tão frio assim, nesta citação com vontade de cheirar novidade. Sei que me ajudaram um tanto nos meus afastamentos, as tempestades. Tempestades feias. Coisas de gente sem utopia e coisas de corpo. Sei que não são desculpas; sei que deveria ser diferente; sei a distância; sei a dificuldade interior. O bonito é saber que o pessoal está firme, nem eles sabendo como. Desculpe, eles sabem:

- O amor a uma causa leva longe, muito longe, além de nossos limites.

Aí me lembro da alegria em ser recebido no aeroporto de Goiânia para colaborar cerca de um mês na Casa da Juventude Padre Burnier. Durante vários anos. Chegava lá, muita gente se alegrando e eu procurando um cantinho para trabalhar. O computador viria depois... Perto de mim, a Carmem para me “fiscalizar... Do outro lado, Lourival para me corrigir. Mas era bonito.

Chovendo ou solando lá fazia eu aquela caminhada na rua que fazia só uma curva. Muita coisa me marcou. Uma delas era o ofício que rezavam antes da reunião. Era devoção; era fé; era a mescla de realidade e mística. E eu olhava, às vezes sem crer o que via. Tinha também as festas de aniversário com comida de lá, feita por gente que amava todos os condimentos.

Carmem e demais, escrevo porque meu coração estava pedindo. Tenho um conjunto de crônicas que intitulei “Crônicas que levam ao céu e ao purgatório” e acho que deveria ter escrito dezenas sobre vocês. O que teria saído se tivesse escrito sobre vocês e a causa que vivem? Quando vejo certos gastos neoliberais de dinheiro na minha horta, penso em vocês;quando vejo a palavra “magis” sinto algo estranho que não pode ser e fujo para a missa dos 50 anos do Padre Geraldo com a Carmem chorando e me surgem figuras como Albano, Floris e outros que vocês sabem. Quero dizer-lhes, contudo, que os meus três livretos que estão saindo (um acompanhado de Joaquim, outro de Silon) tratam da história, do cuidado e dos sonhos dos estudantes do ensino médio daqui da minha redondeza.

E a saudade ainda levanta a cabeça... Melhor do que dar-lhe pauladas é dar-lhe um abraço envolvendo todos vocês.

P. Hilário, 26 de fevereiro de 2016.


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PROGRAMA: Romaria dos Mártires da Caminhada – Profetas do Reino



Informações e programação da Romaria dos Mártires da Caminhada
16 e 17 de Julho de 2016
Ribeirão Cascalheira - MT

“Bem-aventurados/as as/os que são perseguidos/as por causa da justiça, porque deles/delas é o Reino do Céu”. (Cf. Mateus 5,10)

Aos sonhadores e sonhadoras,
Profetas e profetizas
Testemunhas do Reino;

A Igreja de São Félix do Araguaia, onde o suor e o sangue fecunda o chão, já está em peregrinação, em caminhada. É tempo de preparar para Romaria dos Mártires. Nesta festa da vida vamos fazer memória dos 40 anos do martírio do Pe. João Bosco Penido Burnier, Pe. Rodolfo Lunkenbein e do índio Simão Bororo. Na mesma ocasião faremos memória do Martírio de Sepé Tiaraju – Patriarca da Causa Indígena, que há 260 anos gritou “Esta Terra é Nossa”. 

O tema desta Romaria será: “PROFETAS DO REINO”, dando à profecia as três funções que a caracterizam: Anúncio, Denúncia e Consolo.

A profecia anuncia a Boa Nova: ela é evangelizadora por definição. A profecia denuncia o anti-reino: denuncia a má notícia de todos os sistemas e atitudes de morte. A profecia consola: É o pedido do próprio Deus, “consola o meu povo”. Opta pelos pobres, excluídos, marginalizados. A profecia que consola é misericordiosa, solidária, cuidante, luta pela justiça e pela paz, é amorosa.

É com este espírito de romeiros/as, preparando-se para Romaria, como peregrinos/as, Profetas e Profetizas do Reino, que convidamos vocês para celebrar conosco esta grande festa dos/as Profetas/Profetizas do Reino que realizar-se-á nos dias 16 e 17 de julho 2016.


1. PREPARANDO A ROMARIA

• Promover encontros para celebrar, refletir e aprofundar o que é Romaria, as Causas dos Mártires que são as Causas do Reino;

• Organizar encontros para conhecer a história, a vida e o testemunho profético de alguns/algumas mártires (Oficinas – ver material no blog da Irmandade dos Mártires: http://irmandadedosmartires.blogspot.com.br   de modo especial os mártires da sua região. Também neste blog temos Roteiros de Ofícios, Via-Sacra dos Mártires e o Cartaz da Romaria;
• Utilizar os materiais publicados sobre o Mártires;
• Rezar pessoalmente e comunitariamente a Oração dos Mártires da Caminhada;
• Organizar as caravanas dos romeiros/as do seu Regional. Fazer faixas e cartazes.

2. PARA A ROMARIA

Para que você, comunidade e sua caravanas, regional organizem melhor à vinda para a grande festa, lembramos:

• Data: 16 e 17 de julho 2016;
• Local: Ribeirão Cascalheira

• Hospedagem solidária: nas casas das famílias hospedeiras, escolas – trazer roupa de cama, redes, colchões, objetos de uso pessoal. Par aqueles/as que queiram hospedar-se em hotéis, fazer sua reserva nestes números:  Ana Hotel – 66.34891534; Aroeira – 66.34892046; Jerivá – 66.34891177; Nossa Senhora de Fátima – 66. 34891534/1543; Refatti – 66.34891043;- Trazer: Prato, talher, caneca (não teremos materiais descartáveis);

• A Romaria é nossa! Estamos solicitando uma colaboração de R$ 20,00 (vinte reais) para ajudar nas despesas. Sugerimos que uma pessoa das caravanas recolha a contribuição de todos/as e repasse para equipe de acolhida;

• O clima é bastante quente durante o dia, mas a noite poderá esfriar. Portanto trazer uma blusa de meia estação;

3. PROGRAMAÇÃO
Sábado – 16/07
Durante o dia chegada dos Romeiras/as
Acolhida e credenciamento na praça da Igreja São João Batista

Almoço, feira e exposição de materiais;
17horas – jantar
18h30 – Abertura da Romaria – acendimento da fogueira – caminhada martirial - rito de chega no 

Santuário
Domingo – 17/07
6 horas – Alvorada e café
7h30 – Celebração Eucarística em Memória dos Mártires da Caminhada
12horas – Almoço e despedida
Qualquer dúvida entrar em contato com a Equipe de coordenação da Romaria (ver os contatos no final da carta). Estamos ansiosos para que chegue logo o mês de julho, para vivermos juntos/as esta grande festa. 

Que o Mártir Jesus, a Testemunha Fiel, nos ajude a sermos Profetas do Reino com paixão, alegria e jeito humilde, sendo coerentes com a nossa fé, assumindo as causas da vida, as causas pelas quais tantos irmãos e irmãs regaram este chão com o próprio sangue para que tivéssemos um mundo mais humano: do bem viver, bem-conviver, bem-cuidar; amar nossa Casa Comum.   Fiquemos unidos e contamos com a sua presença.


Ribeirão Cascalheira, fevereiro de 2016
Equipe de Coordenação
Regional Ribeirão Cascalheira – Rua São Paulo, 60 – Centro
Fone: 66 34892036 – E-mail: romariadosmartires2016@gmail.com

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

APOIE OS PROJETOS DO CAJUEIRO - FAÇA SUA DOAÇÃO


Se deseja conhecer e colaborar? escreva para:  soucajueiro@cajueiro.org.br
FAÇA SUA DOAÇÃO - SOU CAJUEIRO

Celebramos 3 anos de trabalho voluntário em favor da juventude empobrecida. Estamos com vários projetos que podem ser apoiados por grupo e pessoas. Você deseja fazer parte desta Rede a favor da vida da juventude?

Você pode oferecer um presente para a juventude apoiando os projetos do Cajueiro de  2016 a 2020:


O Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude - CAJUEIRO tem como missão promover e incentivar a formação, assessoria, pesquisa, defesa e promoção dos direitos humanos em especial as juventudes, além de promover projetos sociais, cursos, seminários, para capacitação de agentes comunitários, lideranças, gestores, educadores e organização sociais.

É constituído por um coletivo qualificado de profissionais com experiência de atuação junto aos/às adolescentes e jovens, direitos humanos, mulheres, igualdade racial, gênero, LGBTT, agricultura familiar, comunidades tradicionais e pesqueiras, turismo solidário/comunitário, economia solidária e tecnologias sociais nas áreas de artes cênicas, assistência social, ciências sociais, ciências biológicas, contabilidade, comunicação visual, direito, filosofia, gestão ambiental, história, pedagogia, psicologia e teologia. O CAJUEIRO desenvolve ações dentro de 4 (quatro) programas, os quais destacam:

1.    Programa de Assessoria – tem como objetivo oferecer assessoramento as instituições: eclesiais, governamentais, educacionais, entre outras para assessoramento e tem como projetos:

a.    Intercâmbio Missão Aprender – realiza através das trocas de experiências entre grupos e turismo solidário/comunitário a capacitação de animadores/as de processos, em especial destinada à juventude, em ambientes: eclesial, e de base comunitária, preparando lideranças para coordenar e acompanhar projetos comunitários;

b.    Redes em Favor da Vida – articula e mobiliza a sociedade em favor da vida da juventude tendo como instrumento as Campanhas Juventude Quer Viver e Extermínio de Jovens;

2.    Programa de Formação Integral para Protagonismo Juvenil – tem como objetivo fomentar e desenvolver formação integral, garantindo aos adolescentes e jovens seu protagonismo e possui 7 projetos:

a.    Protagonismo Juvenil e o Desenvolvimento Sócio Econômico Sustentável: promove o protagonismo juvenil no desenvolvimento territorial sustentável, com ações transformadoras no campo da economia solidária garantindo geração de trabalho e renda na construção do Bem Viver.


b.    Políticas Públicas – Controle Social: capacita lideranças juvenis para atuarem em espaços de incidência política como conselhos, fóruns e movimentos sociais.



c.     Mística do Bem Viver: capacita animadores/as  e lideranças de processos destinada à juventude, em ambiente eclesial,  para coordenar e acompanhar.


d.    Na Trilha da Comunicação - Jovem Comunica: reflete, comunica e constrói estratégias de comunicação da Instituição e com os jovens em uma dinâmica de provocar novo olhar sobre as juventudes.


e.    Educação Popular: oferece formação integral e sistematiza experiências e metodologias com princípios da educação popular para lideranças conscientes e comprometidas/os com o Bem Viver;


f.     Caminho de Esperança: capacita animadores/as e lideranças de processos destinada à juventude, em ambiente eclesial, para coordenar e acompanhar grupos juvenis; Com dois projetos virtuais: Na Trilha do Grupo de Jovens ( 6 cursos de duração de 2 meses e Na Trilha da Civilização do Amor ( 1 curso com duração de 4 meses)


g.    Na Trilha da Universidade -  garante formação integral a juventude empobrecida para facilitar o acesso a universidade, concurso públicos e mercado de trabalho.


3.Programa de Pesquisa, Estudo e Sistematização – tem como objetivo pesquisar, estudar, aprofundar e sistematizar as realidades juvenis. E possui 4 projetos:

a. Pesquisa  sobre a Condição Juvenil: pesquisa, estuda e sistematiza as realidades juvenis e o seu contexto para maior aproximação e diálogo com estes sujeitos em vista de construção de políticas públicas e de conhecer melhor esta realidade.


b.    Grupos de Estudos: aprofunda os temas que se relacionam com a atuação no campo da juventude: educação popular, formação integral, políticas públicas, economia  solidária, comunicação entre outros.


c.    Observatório Juventudes na Contemporaneidade: aprofunda, analisa, pesquisa e estuda as realidades enfrentadas no cotidiano juvenil;


d. Publicações – sistematiza as pesquisas sobre o cotidiano juvenil;


4.    Programa de Sustentabilidade – tem como objetivo captar recursos e  garantir a gestão dos recursos humanos e comunicação, e divide-se em:


a.   ·Gestão Administrativa e Financeira: estabelece processos de transparências das ações do CAJUEIRO;

b.   ·Gestão de Pessoas: contribui na formação de pessoas para se tornarem atores e atrizes de novas formas de gestão com princípios da cooperação e solidariedade;

c.   ·Comunicação: reflete, comunica e constrói estratégias de comunicação da Instituição (interna e externa) envolvendo as juventudes em uma dinâmica de provocar novo olhar sobre vida juvenil.

Os programas do CAJUEIRO são voltados para o atendimento dos públicos prioritários: adolescentes e jovens; mulheres; ribeirinhos; quilombolas;  trabalhadoras e trabalhadores organizados nos meios rurais e urbanos; extrativistas e agricultores.

Se deseja conhecer e colaborar? escreva para soucajueiro@cajueiro.org.br
FAÇA SUA DOAÇÃO - SOU CAJUEIRO

Faça como: Promenor/Espanha, La Abuela/Espanha, Cáritas/Brasil, Adveniat/ Alemanha, Missionárias de Jesus Crucificado/Brasil,  associados e voluntários do Cajueiro, Aurélio Fred/Bahia, Colaboradores do Curso Virtual/ América Latina, Anderson Roberto Deizepe/São Paulo, Luiz Geraldo/Goiânia, Centro Cultural Cara Vídeo/Goiânia, Caixa Casa/Brasil, Adoradoras do Sangue de Cristo/Manaus, PROAFRO/PUC-GO, Irmãs de Santa Catarina/Brasil, Colaboradores/as no Preuni - Na Trilha da Universidade,  

Você pode colocar seu nome desta lista de pessoas que apoiam à JUVENTUDE.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

ESTADO DE SÍTIO NA EDUCAÇÃO - BOULOS


por Guilherme Boulos na Folha de S.Paulo (18/02/2016)
“Neste momento há 31 estudantes e professores presos em Goiás por protestarem pela educação pública. Dentre eles 13 menores. Na última segunda-feira (15), a PM goiana entrou violentamente na Secretaria de Educação – que estava ocupada – e prendeu o grupo.

Antes disso, o governador Marconi Perillo (PSDB) já havia despejado os estudantes secundaristas de 28 escolas ocupadas em uma onda de protesto contra a privatização do ensino estadual.
Tudo começou com um decreto do governador no final do ano passado repassando 30% das escolas goianas para gestão das famigeradas Organizações Sociais (OS). A iniciativa prevê a terceirização de serviços escolares, a contratação privada (sem concurso) de até 70% dos professores e 100% dos funcionários, dentre outras medidas.

Trata-se evidentemente de uma privatização “branca” do ensino. O próprio Ministério Público do Estado recomendou nesta semana o adiamento do edital das OS, por estar repleto de ilegalidades, incluindo o repasse de recursos do Fundeb para a iniciativa privada. Nas palavras do promotor Fernando Krebs: “Chegamos à conclusão que o projeto referencial é inconstitucional. Vai piorar a qualidade da educação. Vai promover a terceirização, a privatização às avessas da escola pública”.
Foi este despautério que motivou a mobilização de estudantes e professores, reprimidos com violência e prisões pela PM.

Mas não é de hoje a paixão do governador Marconi Perillo por tratar a educação como caso de polícia. Desde 2014, seu governo tem implementado um inacreditável processo de militarização das escolas, que também foi alvo das manifestações.

A polícia militar já havia assumido até o ano passado a gestão de 26 escolas, tornando Goiás o Estado com o maior número de colégios militares no país. Sob os princípios da “hierarquia e da disciplina”, oficiais da PM estabelecem a regra do medo, mandam e desmandam no ambiente escolar.
Nas escolas militarizadas passou a ser exigido o uso de farda militar por todos os alunos. Os meninos precisam ter cabelo curto e as meninas são obrigadas a prendê-los. As gírias foram proibidas, assim como o esmalte de unha, o beijo e os óculos com armação “chamativa”. A continência tornou-se obrigatória na entrada, para os professores e também entre os alunos.
Para completar foram inseridas novas disciplinas no currículo, como a “Ordem unida” – sabe-se lá o que seja isso, coisa boa não é. Assim como a “sugestão” de uma taxa de matrícula de R$ 100 e de mensalidade de R$ 50, em valores de 2014, possivelmente já reajustados nos dias de hoje. O governo pretende militarizar mais 24 escolas neste ano.

O capitão Francisco dos Santos, diretor da escola Fernando Pessoa, exalta numa matéria da BBC o fim da violência no colégio. Também pudera. Impondo estado de sítio e intimidação permanente o resultado seria esse. O preço é rifar o futuro, jogando o pensamento crítico e a democracia na lata do lixo. A gestão militar da escola adestra os jovens de hoje para a gestão militar da sociedade.
A repressão ao movimento dos estudantes secundaristas por essa mesma polícia é expressão cabal disso.

Perillo seguiu o exemplo de seu colega de partido Geraldo Alckmin ao tentar remodelar o ensino à força, sem qualquer debate com a sociedade. Que, enquanto é tempo, siga novamente Alckmin, desta vez para recuar das medidas perante o rechaço da comunidade escolar. É preciso libertar imediatamente os 31 presos e recuar do projeto de privatização e militarização das escolas.
Caso contrário, Goiás será lembrado como o laboratório da barbárie na educação brasileira.”
* * * * *

PRORROGADO A INSCRIÇÃO ABERTAS PARA PRÉ UNIVERSITÁRIO


 

PRAZO PRORROGADO ATÉ O DIA 01/03.
 
O Centro de Juventude Cajueiro oferecerá em 2016 o curso - PreUni universitário: NA TRILHA DA UNIVERSIDADE, em preparação de sujeitos históricos e comprometidos/as com a transformação do mundo.

O curso é gratuito e serão oferecidas 60 vagas.

As inscrições serão realizadas entre os dias 23 de fevereiro a 1 de março, das 16h00 até as 19h00. Participarão da seleção somente as pessoas que se inscreverem pessoalmente.





Seleção será divulgada a partir do dia 04/03.

As aulas terão início no dia 07 de Março, das 19h00 às 22h00 e serão ministradas na sede do Centro de Juventude Cajueiro - ENDEREÇO: Centro Cultural Cara Vídeo, Rua 83, n 361, Setor Sul, Goiânia.

O curso visa preparar pessoas para a entrada na Universidade através de seus processos seletivos, concursos de trabalho e para atuarem como pessoas comprometidas com a mudança da sociedade.

O curso é uma atividade do Centro de Juventude Cajueiro com o apoio do programa Proafro/PUC-GO, Promenor, La abuela/Espanha e das Missionárias de Jesus Crucificado.

SEJA UM/A COLABORADOR/A DESTE PROJETO

ENTRE E FAÇA SUA DOAÇÃO

MAIS INFORMAÇÕES:
E-MAIL: liderjovem@cajueiro.org.br
TELEFONE: (62) 8285-4436 (Tim) - (62) 9422-6625 (Claro) - (62) 9640-4618 (Vivo)


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

“Bezerro de coronel não pode morrer” Diane Valdez

“Bezerro de coronel não pode morrer”

Escrito por Bernardo Élis, o imperdível romance “O Tronco”, apresenta os confrontos de uma sociedade rural e oligárquica em Goiás no início do século XX na antiga Vila do Duro. Objeto de tortura de escravos e indígenas, o tronco acatava seu papel de reprimir os desafetos dos coronéis, que não se intimidavam, sobretudo, com qualquer tentativa de justiça por parte dos camponeses explorados. Estes, sem salários, criavam o gado do patrão que, por caridade, permitia, na quarta cria, o direito a um bezerro. Caso um bezerro morresse, sobrava para o vaqueiro sem salário, pois “(...) bezerro de coronel não podia morrer”.
O povo explorado, não sentindo-se representado pelas vias consideradas legais, já que os coronéis se impunham como o próprio Estado, reagia com os elementos de luta e de organização que dispunham. Reagia ao poder que parecia ser dado naturalmente aos “mandadores” que se apoiavam na coerção, intimidação, terror, opressão, pistolagem, rede de influência, jagunços, exploração e mais uma coleção de violência bem conhecida na história dos donos das terras, da água e do céu.
Esta semana, diante dos desmandos do governo estadual de Goiás, que conseguiu se superar no quesito “Quem manda aqui é ‘nóis’!”, assistimos passagens que, para quem conhece um pouco de história regional, compreende que o coronelismo fez, e segue fazendo, escola nas terras goianas. Coronelismo aperfeiçoado, com ares democráticos que parece ser distante, porém não muito, do exercício do coronel Pedro Melo, considerado no romance um “(…) homem inteligente, sagaz, audacioso, de ambição sem limites, duro feito aroeira”.
A abertura dos envelopes com propostas de empresas que disputam o grande negócio de assumir a privatização de vinte e três escolas públicas em Goiás foi feita em um espaço público – Centro Cultural Oscar Niemeyer (pobre Oscar) – longe do público. Impedir que um ato, considerado pelo próprio governo como 'democrático', seja mantido distante das vistas da sociedade, determina mais uma prática do autoritarismo bancada pela falta de transparência que não é estranha a esta gestão. Já conhecemos o processo de militarização das escolas estaduais, feitos ao toque de caixa e oferecidos para a polícia goiana, considerada um primor de referência da truculência.
Seguindo a prática coronelista, o governo que acaba de embarcar a 'nobreza' do Palácio das Esmeraldas no alegre (e branco) trem, que rumou ao brilho da Sapucaí, gastando o dinheiro público que falta neste estado, mandou ver em cima da meninada secundarista que exercia o direito, e a necessidade, de protestar contra as perversidades já tão conhecidas. Sim! Mandou prender os meninos e as meninas secundaristas, gente considerada, pelos donos da fazenda, de alta periculosidade, que ameaça constantemente a não democracia tão bem implantada no cerrado do Planalto Central.
Mas não basta só prender a meninada, os desavisados que apoiam o movimento legítimo, também precisam aprender que com 'peixe grande' não se brinca. Uai! Que trem é esse de professor ficar apoiando luta de jovens secundaristas? Professor não sabe que seu lugar é em sala de aula? Onde já se viu querer fazer da luta prática uma chave contra a falta de democracia? Sim, este governo que já tem o histórico de agredir docentes, agora manda prendê-los, alegando serem estes “chefes de quadrilha”, aqueles que estudaram, fizeram mestrado, doutorado, para comandar “delinquentes” que ocupam prédios públicos. Como se a meninada fosse incapaz de construir sua luta com seus elementos próprios.
Não sou adepta da turma que defende a hipótese de que vivemos uma ditadura pior que a de 64. Aliás, acho que deve ser bem ofensivo para quem foi preso e torturado, ter que escutar isso. Boa ou não, vivemos em uma democracia, caso contrário este texto teria que ser anônimo e distribuído clandestinamente. Mas, para quem acha que história é algo que pertence ao passado e nada mais, talvez valesse a pena passear pelas obras de B. Èlis, em especial 'O Tronco', que aponta, duramente, que as lascas dos coronéis da Vila do Duro, ainda que sob nova roupagem, estão bem atuais e tenta nos tirar qualquer possibilidade de ter bezerros e retirar o tronco de nossos corpos.
Em tempo: todos os posts do Facebook que denunciavam os horrores da semana, em especial os postados na noite do dia 16 de fevereiro, com as fotos das meninas secundaristas presas, DE-SA-PA-RE-CE-RAM!

(Diane Valdez, professora da Faculdade de Educação da UFG e militante do Movimento de Meninos/as de Rua de Goiás)
 publicado na página http://www.adufg.org.br/artigos/bezerro-de-coronel-nao-pode-morrer/#.VsR68IF7dL8.facebook

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Encontro intercontinental da Pastoral Vocacional das Claretianas


O encontro foi no Carnaval de 2016, reuniu mais de 60 pessoas vindas dos cinco continentes! Mulheres que são Igrejas, por isto, missionárias que anunciam boas notícias do Reino. Como uma  "Escola de Samba"  que se organizou neste Carnaval de 2016 para planejar o cuidado com a vida da juventude a partir da elaboração de projetos. Um esforço coletivo para passar na avenida!

Esta congregação de mulheres nasce no Paraná, em Londrina. Foi na casa mãe do grupo que reuniu todas para sonhar e projetar o cuidado com a Casa Comum. Primeiro lugar, situar onde estamos e quais são as qualidades, as belezas, nossa história, nosso modo de estar no mundo como pessoas para sermos pessoas felizes, como sonhou Deus ao criar a humanidade.

Depois, com atenção olhamos  o contexto e as situações que temos que mudar no mundo, a exemplo de Jesus, que não paralisa diante da morte.  Estar diante das situações que vivem os jovens - desemprego, violência, polícia que mata, drogas que são distribuídas como o objetivo de controlar e condenar os jovens a morte, tirar a esperança de um futuro, só porque não precisamos de renovar a mão de obra. A situação da educação, com pouca qualidade, programada  para manter as pessoas empobrecidas sem  a capacidade de ler o mundo onde estão e se posicionar-se nele de modo a intervir politicamente. Encontrar uma esperança como instituição para dizer aos jovens!

Falamos também, da corrupção no mundo e no modo como o sistema capitalista se organiza de modo que tudo vira mercadoria, por isto, extrai o lucro ao máximo - falou-se dos jovens que são traficados em toda parte do mundo, condenados na escravidão de trabalho forçado ou sexual, também, a religião que silencia e anuncia prosperidade e não libertação, diante de tanta concentração de renda, 85% da riqueza nas mãos de 1% da população do mundo. Como tratar a vocação à vida neste contexto? Como tocar nas estruturas? Como atuar local e transformar mundialmente a situação da juventude?

Mudar o olhar  com o qual encaramos a juventude. Estamos sempre no centro. Um mundo adultocêntrico! Tudo é visto a partir deste lugar, e quem não está neste lugar, não é maduro, ou não tem uma palavra para dizer para o mundo. Quando este mundo adulto olha para o mundo juvenil, tem sempre uma resposta pronta, e uma fragilidade de escuta que impede a compreensão do ser jovem. Faz necessário que estes sujeitos façam suas perguntas, seja dentro das estruturas eclesiais, sociais ou educacionais! Assim, podemos ver o novo nascer.

Olhos e ouvidos abertos para enxergar  e escutar, o diverso, que somos como povo no mundo! Romper com o monocromático imposto pela Europeização do pensamento "Clássico"  assim, constituir e respeitar as diversas visões de mundo. Trabalhar a vocação da juventude é abrir estes caminhos novos para que possam dizer sua PALAVRA  ao mundo. Romper que a cultura da reprodução.

A exigência de pensar sobre projeto de vida para a nossa Casa Comum, para o nosso país, para as nossas instituições, para a pessoa precisa nos mover como um terremoto que produza em nós crise, do jeito que Pedro Casaldáliga nos provoca, crise como febre, sinal de vida, de possibilidade de mudança. Aqui pede UTOPIAS claras para poder caminhar como gente da vida!

A construção de pontes exige um pensar sobre a nossa história, exercitar o lúdico, estar atentos as tarefas do cotidiano. Ter o ponto de chegada claro! Queremos o que? Jovens organizados em grupos, acompanhados, com projetos de vida claro, com capacidade de ler e produzir uma nova comunicação a partir do olhar e dos desejos da juventude que vive hoje com seus dramas e suas alegrias.

Queremos justiça! Uma sociedade onde cada povo, cada pessoa tenha o necessário para uma vida simples, sóbria e digna! Queremos Paz! que a vida da juventude seja respeitada e cultivada.

Exige maestria! Capacidade de dedicar-se no estudo, na pesquisa e no planejamento. Não há outro caminho para colaborar com pessoas felizes e com projeto de vida claros tanto do ponto de vista pessoal, comunitário e planetário.

Carmem Lucia Teixeira
Assessora do tema - Projeto de Vida, Londrina/PR


Celebração da memória, compromisso com as Causas da Vida!!!

Será no dia 13 de fevereiro, no sábado, a abertura da celebração dos 03 anos do Cajueiro - Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude.
Vamos nos encontrar às 17 horas, no Centro Cultural Cara Vídeo, na Rua 83, número 361, Setor Sul.
O lanche será comunitário, cada pessoa, traz bebida ou comida para ser compartilhada.

Estamos celebrando 3 anos de uma iniciativa que tem como finalidade cuidar da vida da juventude! Profissionais voluntários/as, pesquisadores/as de juventude.

Celebrando 30 anos de entrada do Célio Amaro, padre passionista, na congregação. Trabalhou em vários lugares como padre, foi provincial da congregação, foi da PJ de São Luis de Montes Belos/GO, hoje participa do Cajueiro.

Padre Geraldo L. Nascimento celebra 50 anos da vida religiosa! 41 anos de presbítero. Trabalhou com pessoas com a Fraternidade dos Doentes e Deficientes por longos anos, com Direitos Humanos, com à juventude empobrecida, no Instituto de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude - Casa da Juventude e, atualmente, em São Paulo com a Fraternidade, com o grupo de diversidade sexual e em Goiânia, com o CAJUEIRO - Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude.