quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Cajueiro chega na 6ª Edição do Projeto Na Trilha da Universidade



O projeto Na Trilha da Universidade #TrilhaUni tem o objetivo de ampliar o acesso a formação universitária de uma parte da população de jovens empobrecidos/as deste país.

Este é o quarto ano, seis turmas com duração de 3 a 4 meses, com atividades de 2ª a 6ª feira com três horas de duração. O projeto está organizado em eixos do conhecimento: Linguagens, Sociedade, Ciências Exatas e da Natureza. E ainda, temas da atualidade com a finalidade de capacitar jovens para vencer as barreiras que são colocadas para impedir o seu acesso a diversos direitos.

Desde o início, 360 jovens já acessaram o projeto e boa parte já estão na Universidade. É um serviço que conta com a colaboração de uma rede de pessoas e grupos que acreditam neste processo. Vários/as educadores/as dedicam tempo para a formação. A  parceria de entidades da Espanha como: La Abuela e Promenor e entidades brasileiras: ProAfro/PUC, Missionárias de Jesus Crucificado e Centro Cultural Cara Vídeo dão sustentabilidade ao projeto.

Para a divulgação do projeto contamos com a ajuda de pessoas e instituições que visitaram escolas, comunidades, igrejas, amigos/as; e canais de comunicação como: TV Record, os Jornais Gazeta e Daqui publicaram notícias, além de utilizar as redes suas redes sociais do CAJUEIRO, as quais foram compartilhadas por  muitas pessoas. Todo este esforço mobilizou 200 pessoas jovens e adultas para concorrerem a 60 vagas.

Uma equipe de pessoas voluntárias do Cajueiro teve o cuidado de ler e ter o contato com cada jovem através da inscrição. Os jovens elaboraram uma redação para conquistarem a vaga. A equipe de seleção teve a delicadeza de selecionar, a partir do conjunto de vida de cada jovem. Todo esse processo foi um ato de sofrimento, porque escolher entre desejos e sonhos, entre necessidades iguais. Tarefa sempre dolorida.

Como está composta a 6ª Edição – 2016/2?

Estas pessoas souberam do projeto através de vários veículos de comunicação, algumas pessoas, indicaram mais de um espaço. Porém foram assim: 26 indicaram que souberam do projeto por uma pessoa amiga ou por alguém da comunidade; 17 pelas Redes Sociais; 12  pela Rede Record; 10 pelos Jornais Daqui e Gazeta; 06 pelo folheto de divulgação (flyer) e 2 pelos jovens que já participaram do projeto.

As pessoas selecionadas são: 44 de Goiânia,  12 de Aparecida de Goiânia, 2 de Senador Canedo e 2 de Trindade. Sendo 48 com ensino médio completo, 02 já cursando a universidade, 10 ainda cursando o ensino médio. Estes jovens são 56 de escolas públicas, 2 de escolas conveniadas e 2 de escolas particulares.

Para que estes jovens buscaram este projeto de formação?  05 indicaram que desejam ampliar a sua visão de mundo e os seus conhecimentos; 49 pessoas indicaram que desejam ser aprovadas no exame do ENEM e 03 desejam se preparar para intervir e colaborar como sujeitos históricos na mudança do mundo.

As 60 pessoas em relação a religião estão localizadas como: Cristã Evangélica (22), Cristã Católica (18), Cristã Sud (1), Espírita (2), não pratica nenhuma religião (16). Construir a prática do respeito  a esta diversidade será uma tarefa de todas as pessoas envolvidas no projeto.

Quanto foi perguntado sobre etnia/raça  a posição das pessoas em suas respostas foram: parda (16), negra (12), indígena (1), branca (11) e amarela (1).Aqui temos uma diversidade e afirmações que revelam a garantia de direitos conquistados nos últimos anos pela população negra. E, no entanto, é a população que sofre de ausência de acesso aos direitos ao longo da história deste país. Ainda, hoje são as vítimas do extermínio da juventude, da violência doméstica, do trabalho escravo, do desemprego e tantas outras situações que são submetidas por sua condição. O projeto tem uma atenção a este grupo, para fazer avançar as lutas desde a estética, com o respeito os diversos tipos de cabelo, de modo de estar no mundo, suas religiões, suas vestimentas. Construir atitudes de respeito exige percorrer muitas trilhas e abrir outras.

Estes jovens sonham com uma profissão: Direito (12), Engenharias (8), Medicina (8), Psicologia (6), Administração (3), Agronomia (2), Arquitetura (1), Biologia (1), Ciências da Computação (3), Enfermagem (3), Educação Física (1), Fisioterapia (1), História (1), Jornalismo, letras, pedagogia, nutrição, Técnico em Informação (1), não sabe (2). Muitos sonhos para atuar no mundo e cuidar de outras pessoas ou são sonhos de ascensão? Todos eles são legítimos.

Estas pessoas são trabalhadoras em sua maioria e estão em: hospital (3), montagem, Call Center (3), Comercio (19), Construção Civil, designer gráfico, indústria (2), jovem aprendiz, moto, público (2), salão de beleza, desempregados/as (16).

E a renda familiar deste grupo de pessoas? De 0 a 1 salário (9), de 1 a 2 salários (27), de 2 a 3 salários (21), de 3 a 4 salários (2) e com 6 salários (1). Estes dados não pedimos comprovação. É preciso considerar nestas informações o desejo da pessoa ser selecionada. Porém, revela a situação econômica do grupo.  

Somando a renda temos a situação da moraria do grupo: 20 estão de aluguel, 7 moram em casas cedidas, 3 em casa financiada e 30 em casa própria. Alguns vivem com parentes, outros contam com apoio de amigos/as.

Este perfil da juventude que acessou o projeto, ainda falta verificar a idade que foi selecionado a maioria de 17 a 32 anos. Está dentro da faixa etária definida pelo Conselho Nacional da Juventude que é de 15 a 29 anos.

O trabalho pedagógico com este grupo irá exigir uma atenção a estas informações sobre o grupo. O Centro de Juventude Cajueiro tem como princípio a educação popular que exigirá de nós partir desta realidade, respeitar este caminho feito por estes jovens e junto com eles/elas construir trilhas para ampliar nossos horizontes afim, de entrar e permanecer na universidade.


Que outros comentários estes dados nos fazem produzir?
Carmem Lucia Teixeira

Um comentário:

  1. Que coisa bonita um projeto desses, que acolhe e acredita na juventude e contribui para a realização de seus sonhos. Parabéns Cajueiro e todos os parceiros locais e internacionais. E assim vamos construindo o Bem Viver.

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